Inseminação Caseira - A escolha do doador

Começo aqui uma série de posts com as informações que tenho conseguido arrecadar sobre esta prática. 

Este é um procedimento ainda muito pouco conhecido, porém devido à sua alta taxa de sucesso, baixo custo e simpliscidade está se tornando cada dia mais frequente entre aquelas mulheres que desejam ter um filho de forma independente e, principalmente, entre casais de lésbicas que querem começar uma família.

O procedimento é tão simples que pode ser feito em casa, porém há uma serie de medidas que devem ser tomadas para evitar posteriores problemas.

1-     A escolha do doador

Esta etapa é fundamental, pois uma escolha errada pode acabar tornando o sonho da maternidade num pesadelo.

No Brasil, a venda de semem (e qualquer outro tipo de material procedente de um organismo humano) é proibida por lei.  A lei 9.434 de 1997, porém, autoriza a doação “gratuita” de material proveniente de organismo humano vivo.  Mesmo na ilegalidade, o comercio de semem tem aumentado consideravelmente nos últimos anos; basta dar uma olhada em sites de compra e venda online (como http://www.olx.com.br/) para achar “doadores” dispostos a contribuir em troca de uma “ajuda de custos”.

Tome sempre o cuidado de, no contato incial, pedir informações sobre a existência de doenças genéticas na família do doador, doenças mentais (altamente hereditárias!), descarte a possibilidade do doador ser portador de HIV, Hepatite ou qualquer outra doença venerea. Logicamente não se pode confiar apenas na palavra do doador, é indispensável realizar, pelo menos, um teste de HIV no material para evitar um possível contágio tanto da futura mãe quanto do bebê. Hoje em dia existem kits de altíssima confiabilidade que entregam o resultado em minutos, estes estão inclussive disponíveis para compra em websites como o Mercadolivre (por um preço, obviamente, muito superior ao valor real do kit, se você tiver como pedir para alguém com CRM ou CRBM comprar para você diretamente dos laboratórios, fica muitíssimo mais barato). Os testes rápidos são, inlusive, os mesmos utilizados nos laboratórios de emergência de todos os hospitais públicos do Brasil no momento do parto. É besteira achar que esses testes não funcionam, é exatamente a mesma coisa que utilizam no hospital quando você faz um teste de HIV de emergência. Eles funcionam com qualquer secreção ou fluido humano, exceto a urina.

Porém a mulher que deseja engravidar deve tomar uma série de cuidados. O principal é jamais revelar a sua identidade para o doador. É preciso se precaver, pois presupõe-se que, se a mulher está optando por uma fertilização caseira com doador no lugar do método tradicional é porque a mesma não deseja ter nenhum tipo de vínculo com o cedente do material biológico.

Se este é o caso, previna-se, o ser humano é complicado e, o mesmo doador que hoje garante para você que não quer saber do bebê que você planeja ter, pode no futuro vir a tornar-se um verdadeiro inferno na sua vida e na vida da sua família. Para prevenir possíveis tentativas do mesmo de contatar você, a criança ou pessoas da sua família, proteja a sua identidade:

• Jamais  revele a sua identidade, endereço, ou telefone para o doador.
• Se o contato incial será feito pela internet, crie um endereço de e-mail específico para este fim e não informe o seu nome real na hora do cadastro.
• Se realizará um contato telefónico, compre um chip de celular pre-pago exclusivo para este fim e faça os contatos apenas por meio dele.
• Não marque encontro na sua residência e, se possível, escolha um doador que more numa cidade diferente da sua.
• Não marque encontros sozinha com o “doador”, va com a  sua parceira ou algumas amigas de forma que ele não tenha como saber qual das mulheres presentes no encontro será a que vai realizar o procedimento.